“SE É QUE EXISTE REINCARNAÇÕES , EU QUERO VOLTAR SEMPRE PRETA”: A COR, O CORPO E AS PALAVRAS INSUBIMISSAS DE CAROLINA MARIA DE JESUS
DOI:
https://doi.org/10.56238/revgeov16n4-009Palavras-chave:
Carolina Maria de Jesus, Negritude e Resistência, Corpo e Linguagem SubversivaResumo
A mulher negra tem sido marginalizada historicamente, muitas vezes, vivendo o apagamento social, literário ou experienciando a escuridão de quem, mesmo presente, não é notada, diante da recusa de muitos em vê-la, em perceber a sua força, a sua criatividade, a sua luz. Contudo, há mulheres negras que não se calam, há Carolina que se autorrepresenta de forma positiva, empoderada, que mesmo em meio à escuridão, brilhou, fez ouvir a sua voz. Este trabalho tem o objetivo de tecer algumas reflexões sobre a autorrepresentação de Carolina Maria de Jesus, especialmente por meio de excertos de sua obra Quarto de despejo: diário de uma favelada (2014). Para tanto, apoia-se teoricamente nas contribuições de Souza (2021), Jodelet (2001), Ribeiro (2020), Teixeira (2016), Galvão (2017), Gonzalez (2020) entre outros.
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