EMERGÊNCIA CLIMÁTICA: UMA PROPOSTA DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO SOCIOPARTICIPATÓRIA PARA RESTAURAÇÃO HÍDRICA NO PANTANAL
DOI:
https://doi.org/10.56238/revgeov16n4-034Palavras-chave:
Pulso de Inundação, Serviços Ecossistêmicos, Comunidades Tradicionais, Uso da Terra, BiodiversidadeResumo
O Pantanal, a maior planície de inundação contínua do mundo, depende do pulso de inundação para manter sua conectividade hidrológica e biodiversidade. As mudanças climáticas afetam o ecossistema aquático, alterando os padrões de precipitação e aumentando a frequência de secas, o que impacta a disponibilidade hídrica e os serviços ecossistêmicos. A criação de unidades de conservação (UCs) é proposta como estratégia de adaptação para mitigar esses impactos, particularmente em áreas sensíveis como o Sistema Lacustre Chacororé–Sinhá Mariana, que sofreu danos significativos com a seca de 2020 e incêndios de grande porte. A proposta de criação de uma UC visa proteger a água, a biodiversidade e a cultura local, garantindo assim a manutenção das condições de vida das comunidades tradicionais. A área proposta abrange 63.990 hectares e inclui diversas unidades geomorfológicas e tipos de solo, com o pulso de inundação regulando os processos ecológicos. Mudanças na cobertura do solo, como a conversão de vegetação nativa em áreas antrópicas, representam uma ameaça à sustentabilidade do Pantanal. A criação da UC é vista como uma forma de promover o uso sustentável dos recursos naturais e garantir a resiliência do Pantanal diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pelas atividades humanas. A proposta se baseia em estudos dos aspectos físicos, bióticos e socioambientais da área, visando à proteção a longo prazo deste importante bioma.