PACIENTES HANSÊNICOS COM GRAU DE INCAPACIDADE FÍSICA DO TIPO 2; PROTAGONISMO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO FRENTE A PREVENÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.56238/revgeov16n5-136Palavras-chave:
Hanseníase, Grau de Incapacidade Física, GIF 2, Enfermagem, Atenção Primária à SaúdeResumo
Este artigo analisou o grau de incapacidade física (GIF) associado à hanseníase, com ênfase no GIF 2, e o protagonismo da Enfermagem na prevenção dessas incapacidades. Realizou-se uma revisão bibliográfica qualitativa e descritiva nas bases SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (LILACS, REBEN, RESS e Ciência & Saúde Coletiva), considerando publicações de 2016 a 2024, em português, inglês e espanhol, com texto completo disponível. Após triagem em duas etapas (títulos/resumos e leitura integral), 15 estudos compuseram a amostra final. Os achados indicam predominância do GIF 2 em indivíduos do sexo masculino, adultos e idosos, com baixa escolaridade e inserção ocupacional precária, evidenciando vulnerabilidade social e diagnóstico tardio. A classificação multibacilar (MB), reações hansênicas e neurites mostraram forte associação com o desenvolvimento de deformidades visíveis e limitações funcionais em mãos, pés e olhos. Mesmo após a alta por cura, parte dos pacientes mantém ou agrava o grau de incapacidade, reforçando a necessidade de acompanhamento pós-tratamento. Destaca-se o papel estratégico do enfermeiro na Atenção Primária à Saúde: detecção precoce por avaliação dermatoneurológica simplificada, educação em saúde, orientação de autocuidado, monitoramento de sinais de neurite e encaminhamento oportuno aos serviços especializados. Essas ações, articuladas às políticas de vigilância e reabilitação, reduzem o risco de progressão para GIF 2 e mitigam impactos psicossociais como estigma, exclusão e perda de autonomia. Conclui-se que o enfrentamento do GIF 2 demanda integração entre diagnóstico oportuno, cuidado de enfermagem qualificado e políticas públicas que considerem determinantes sociais da saúde.
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