IMPACTO DA GEOPOLÍTICA HEMISFÉRICA NAS OPERAÇÕES DE INTERDIÇÃO DE ILÍCITOS NA FRONTEIRA AMAZÔNICA

Resumo

Considerando que o crime transnacional na Amazônia é influenciado por pressões geopolíticas hemisféricas e por demandas externas que ultrapassam a capacidade isolada dos Estados amazônicos, este estudo busca compreender como interesses internacionais — especialmente de países como a China — remodelam fluxos ilícitos na região. Objetiva-se analisar a interação entre dinâmicas geoestratégicas e operações de interdição conduzidas nas fronteiras amazônicas, avaliando em que medida a integração hemisférica entre Estados Unidos e países sul-americanos pode fortalecer a capacidade operacional contra redes criminosas. Para tanto, procede-se a uma revisão narrativa de literatura nacional e internacional, articulando conceitos de geopolítica, segurança hemisférica e doutrina militar de selva. Desse modo, observa-se que os mercados globais influenciam diretamente rotas de ouro, madeira, entorpecentes e minérios, ao passo que a integração estratégica com os EUA amplia capacidades de inteligência, interoperabilidade e presença territorial. Esses achados permitem concluir que o combate efetivo aos ilícitos na Amazônia depende de um modelo de interdição que considere variáveis geopolíticas e promova cooperação multinível entre os países do hemisfério ocidental.