SISTEMA PRISIONAL, APAC, USO DE TABACO E ABSTINÊNCIA: OS CAMINHOS POSSÍVEIS QUE A EDUCAÇÃO PODE ASSUMIR

Autores

  • Claudia Campos Balioni Oliveira
  • Welson Barbosa Santos
  • Paulo Eduardo Azevedo Silva
  • Ana Clara Araújo Teixeira

DOI:

https://doi.org/10.56238/revgeov16n5-117

Palavras-chave:

Sistema Prisional, Educação, Tabagismo, Abstinência

Resumo

O ato de fumar é um fenômeno socialmente determinado, atravessado por desigualdades estruturais, exclusão e dispositivos de poder. Com Foucault, argumenta-se que o corpo fumante — sobretudo em contextos de vulnerabilidade como periferias urbanas e o sistema prisional — é disciplinado, estigmatizado e tornado invisível pelas políticas públicas. Objetivamos analisar o uso do tabaco em uma prisão. Analisamos o tabagismo a partir de contribuições da filosofia foucaultiana, da sociologia da saúde e da saúde pública. Para além de escolha individual, o ato de fumar é um fenômeno socialmente determinado, atravessado por desigualdades estruturais, exclusão e dispositivos de poder. Com Foucault, argumenta-se que o corpo fumante — sobretudo em contextos de vulnerabilidade como periferias urbanas e o sistema prisional — é disciplinado, estigmatizado e tornado invisível pelas políticas públicas. Dados oficiais indicam que o tabagismo prevalece em grupos socialmente marginalizados, com função de alívio psíquico em face de privações cotidianas. A análise da proibição do cigarro em uma prisão evidencia como medidas de saúde pública podem operar como mecanismos de controle e docilização dos corpos, reforçando lógicas de punição sob o discurso da profilaxia. O enfrentamento do tabagismo exige políticas inclusivas, éticas e sensíveis às condições sociais dos indivíduos, priorizando o cuidado de si em detrimento da culpabilização ou exclusão.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência À Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Abordagem e Tratamento do fumante – consenso. Rio de Janeiro: INCA; 2001. Disponível: http://www.saude.sp.gov.br/resources/profissional/destaques/tratamento_fuo-consenso.pdf . Acesso em 04 de 2025

BRASIL. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2023: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: MS, 2023.

COONELL, R. W. Masculinities: Knowledge, power and social change. Berkeley/Los. 1995

DATASUS; PINTO, C. P. S. II. Angeles: University of Califórnia Press. Redução do tabagismo e a prevalência de doenças relacionadas ao tabaco. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

FISCHER, R. M. B. Por uma escuta da Arte: ensaio sobre poéticas possíveis na pesquisa. Rev. Bras. Estud. Presença. vol.11 n° 1 Porto Alegre, 2021

FISCHER, R. M. B. Foucault e a análise do discurso em educação. Cadernos de Pesquisa, número 114, páginas 197-223, novembro 2001.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola. 2011.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. 13. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2008.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1979.

GALDURÓZ, J. C. F. et al. Redução do uso de rendimentos do tabaco entre estudantes brasileiros. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 10, n. 4, p. 476-482, 2007.

GOELLNER, S. V. A produção cultural do corpo. In: LOURO, Guacira Lopes; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana Vilodre (org.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2013, p.30-42

BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Tabagismo: dados e números. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2025.

MISKOLCI, R. Gênero e política: Judith Butler no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 33, n. 96, p. 1–18, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/NhLV9PxCxt8t9xzPbLJt6yn. Acesso em: 30 jul. 2025.

ROSE, N. A política da vida: biomedicina, poder e subjetividade no século XXI.: Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo. 2007.

SANTOS, Welson. Barbosa. Adolescência heteronormativa masculina: entre a construção “obrigatória” e desconstrução necessária. Ed. Intermeios. Curitiba. 2016.

SANTOS, W. B.; MOTA M. C. C.; CASTEJON, M.; OLIVEIRA, A. D. Mulher encarcerada: a dor inerente da condição feminina. Ed, Nevegando. Uberlândia 2023.

Downloads

Publicado

2025-11-10

Como Citar

Oliveira, C. C. B., Santos, W. B., Silva, P. E. A., & Teixeira, A. C. A. (2025). SISTEMA PRISIONAL, APAC, USO DE TABACO E ABSTINÊNCIA: OS CAMINHOS POSSÍVEIS QUE A EDUCAÇÃO PODE ASSUMIR. Revista De Geopolítica, 16(5), e925. https://doi.org/10.56238/revgeov16n5-117