ENTRE CONEXÕES E DISTÂNCIAS: UMA REFLEXÃO FILOSÓFICA SOBRE OS VÍNCULOS SOCIAIS NA ERA DA HIPERCONECTIVIDADE
DOI:
https://doi.org/10.56238/revgeov16n5-178Palavras-chave:
Vínculos Sociais, Hiperconectividade, Filosofia da Tecnologia, Relações InterpessoaisResumo
A contemporaneidade testemunha transformações profundas nas formas de interação humana, caracterizadas pela hiperconectividade digital que simultaneamente promete aproximação e produz experiências de distanciamento afetivo. Este estudo justifica-se pela necessidade de compreender filosoficamente as implicações dessas mediações tecnológicas sobre a constituição dos vínculos sociais, dimensão fundamental da existência humana. O objetivo consiste em analisar as tensões entre conexão e distanciamento que caracterizam as relações interpessoais na era digital, investigando suas especificidades ontológicas e existenciais. A metodologia adota abordagem qualitativa de natureza teórico-reflexiva, fundamentada em revisão integrativa da literatura filosófica, sociológica e da saúde coletiva, com análise hermenêutica de fontes publicadas entre 2019 e 2024. Os resultados evidenciam três dimensões fundamentais: reconfiguração das experiências de presença e ausência nas relações mediadas digitalmente; emergência de novas formas de vigilância e controle relacional; e tensão entre ampliação quantitativa de conexões e empobrecimento qualitativo dos vínculos afetivos. Conclui-se que a hiperconectividade constitui fenômeno ambivalente que exige reflexão crítica sobre os modos de incorporação das tecnologias nas práticas relacionais, evitando reducionismos que obscurecem as contradições vivenciadas pelos sujeitos contemporâneos em suas experiências de sociabilidade.
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