VIVÊNCIAS DE CAMPO E APRENDIZAGEM DECOLONIAL NO TERRITÓRIO BALATIPONÉ-UMUTINA: PRÁTICAS EDUCATIVAS, CULTURA E IDENTIDADE EM PERSPECTIVA INTERCULTURAL
DOI:
https://doi.org/10.56238/revgeov16n5-141Palavras-chave:
Educação Indígena, Interculturalidade, Decolonialidade, Território, Balatiponé-UmutinaResumo
Este artigo analisa as experiências formativas vivenciadas no Território Indígena Balatiponé-Umutina, em Barra do Bugres – MT. A atividade integra atividades do Programa de Pós-Graduação em Geografia e o Projeto Mais Ciência na Escola e teve como objetivo promover o diálogo entre os saberes científicos e os conhecimentos tradicionais, reafirmando a educação indígena como prática de resistência, autonomia e reconstrução identitária. A pesquisa, de natureza qualitativa e abordagem etnográfica, fundamentou-se em autores como Candau (2014), Walsh (2009), Haesbaert (2004), Santos (2006), Fleuri (2003) e Almeida (2010), além de vozes indígenas contemporâneas como Krenak (2019) e Baniwa (2021). As observações e interações com professores, estudantes e lideranças comunitárias da Escola Julá Paré evidenciaram que o território é um espaço educativo de múltiplas linguagens, onde ciência, espiritualidade e ancestralidade se entrelaçam. Os resultados apontam que a vivência de campo constitui um exercício de escuta, convivência e reconhecimento intercultural, fortalecendo a aprendizagem decolonial e o protagonismo dos povos originários na produção de conhecimentos plurais.
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