O PAPEL DO ENFERMEIRO NO MANEJO NÃO FARMACOLÓGICO DA DOR PEDIÁTRICA: ESTRATÉGIAS LÚDICAS E HUMANIZAÇÃO

Autores

  • Barbara Santana Gomes
  • Beatriz Nogueira Barbosa Carvalho
  • Gabriela Carmo Marchiori Azzolin
  • Maísa Axcar Fernandes
  • Maria Luísa Sousa Severo Marques
  • Yara Maria Randi

DOI:

https://doi.org/10.56238/revgeov16n5-247

Palavras-chave:

Dor Pediátrica, Avaliação da Dor, Intervenções Não Farmacológicas, Humanização Hospitalar, Conforto Infantil

Resumo

A dor pediátrica constitui um fenômeno complexo, influenciado por fatores fisiológicos, emocionais e socioculturais, e permanece subavaliada em diversos contextos assistenciais. Este estudo teve como objetivo analisar as evidências científicas sobre a avaliação da dor em crianças, as estratégias de humanização hospitalar e as intervenções não farmacológicas utilizadas no manejo da dor pediátrica. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases SciELO, BVS e PePSIC entre setembro e outubro de 2025, utilizando descritores controlados em português e inglês. Foram incluídos artigos originais publicados entre 1993 e 2025, envolvendo crianças de 0 a 12 anos em contexto hospitalar ou ambulatorial. Após aplicação dos critérios de elegibilidade, 20 estudos compuseram a amostra final. Os resultados apontam que a avaliação da dor deve considerar o estágio de desenvolvimento infantil, destacando-se escalas comportamentais para neonatos (PIPP, N-PASS, COMFORT) e ferramentas como FLACC, FPS-R e Wong-Baker para crianças pré-verbais e maiores. As intervenções não farmacológicas demonstraram eficácia significativa, com destaque para o uso de sacarose e sucção não nutritiva em neonatos, bem como distração audiovisual, contação de histórias, respiração guiada e dispositivos dessensibilizadores (como Buzzy® e Pikluc®) em crianças maiores. A humanização do ambiente hospitalar, incluindo brinquedotecas, ludoterapia, acolhimento psicológico e participação ativa de familiares, mostrou contribuir para a redução da ansiedade, melhoria da adaptação e fortalecimento do vínculo terapêutico. Conclui-se que o manejo da dor pediátrica exige abordagem multiprofissional, sistemática e centrada na criança, integrando avaliação adequada, intervenções não farmacológicas e práticas de humanização. A incorporação dessas estratégias aos protocolos institucionais pode aprimorar a qualidade da assistência, reduzir experiências traumáticas e promover maior conforto e segurança à criança e sua família.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BITTENCOURT, B. et al. Complementarity of pain assessment instruments in pediatric populations. Revista de Enfermagem (RGenf), v. 24, e-2021, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rgenf/a/jfWhFGkfZKzvQDC9Pgv6CxB/?lang=en. Acesso em: 09 out. 2025.

BUENO, T. R. et al. Dor oncológica pediátrica e a atuação da enfermagem: uma revisão de literatura. Ciência et Praxis, Passos, v. 11, n. 21, [p. 1-15], 2018. Disponível em: https://revista.uemg.br/praxys/article/view/3915/2261. Acesso em: 11 out. 2025.

CARVALHO, A. M. Brincar em unidades de atendimento pediátrico. Revista de Educação/PE, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/HSBQMwHp4qtcZLZZrSY4rHf/abstract/?lang=pt. Acesso em: 09 out. 2025.

CIUFFO, L. L. et al. O uso do brinquedo pela enfermagem como recurso de cuidado na unidade de internação. Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), v. 76, n. 1, p. e20230318, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/RfC9GCCW4vzzGsRsrb5qNVw/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 09 out. 2025.

COUTINHO, T. B. et al. O uso da palhaçaria para crianças e adolescentes que demandam de hospitalização: uma revisão integrativa da literatura. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 5, n. 4, p. 12491-12505, jul./aug. 2022. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/50165/pdf. DOI: 10.34119/bjhrv5n4-045. Acesso em: 09 OU. 2025.

DEPIANTI, J. R. B. et al. Guias e diretrizes para interagir e brincar com crianças clinicamente complexas: revisão documental. Revista Latino-Americana de Enfermagem (RLAE), 2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlae/a/qhBppsn5g8NHFfQwXfBhnSs/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 09 out. 2025.

DIAS, T. L. et al. Estratégias de enfrentamento da dor em crianças com doença falciforme. Revista Multidisciplinar de Estudos Científicos em Saúde, São Paulo, v. 2, n. esp, p. 21-28, 2024. Disponível em: https://www.revistaremecs.com.br/index.php/remecs/article/view/1541/1571DOI: https://doi.org/10.24281/rremecs2024.2.esp.2128. Acesso em: 20 out. 2025.

DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE. Escalas de avaliação da dor nas crianças (FLACC, FPS-R, PIPP, N-PASS, COMFORT). Lisboa, 2010. Disponível em: https://www.spp.pt/userfiles/file/evidencias%20em%20pediatria/orientacao%20dgs_014.2010%20de%20dez.2010.pdf. Acesso em: 09 out. 2025.

FARIA, M. L. M. de. A eficácia da sacarose no alívio da dor em neonatos: revisão sistemática. Anais de Humanidades & Saúde, v. 4, n. 2, 2024. Disponível em: https://ojs.latinamericanpublicacoes.com.br/ojs/index.php/ah/article/view/2303. Acesso em: 09 out. 2025.

FORMIGA, L. B. et al. Estratégias eficazes para redução da dor na vacinação de lactentes: abordagens e intervenções. Revista Íbero-Americana de Humanidades, Ciência e Educação, v. 10, n. 9, [p. 1-15], 2024. Disponível em: https://www.periodicos.capes.gov.br/index.php/acervo/buscador.html?task=detalhes&source=all&id=W4402741653. DOI: https://doi.org/10.51891/rease.v10i9.15747. Acesso em: 09 out. 2025.

LIMA, M. B. S. et al. Brinquedoteca hospitalar: a visão dos acompanhantes. Psico-USF (PePSIC / BVS), v. 20, n. 1, p. 89-100, 2015. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-36872015000100009&script=sci_arttext. Acesso em: 09 out. 2025.

MENDES, B. V. et al. Intervenções não farmacológicas em procedimentos: revisão e evidências sobre distração audiovisual e outras estratégias. Brazilian Journal of Pain, v. 3, n. 2, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/brjp/a/9yHcTmpLvzgKjcKS6DYL4NK/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 09 out. 2025.

MIRANDA, C. B. et al. Modelo de implementação sistemática do brinquedo terapêutico: experiência e ganhos assistenciais. Esc Anna Nery (EAN), v. 26, n. 3, e20220245, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ean/a/DwxKyQz4wb7cpch8PC9dcLM/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 09 out. 2025.

MONTANHOLI, L. L. et al. Efeitos analgésicos da posição canguru versus sacarose em recém-nascidos submetidos a procedimentos. Brazilian Journal of Pain (BRJP), 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/brjp/a/vKT5NvftGzvK9bpzcRwDYBC/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 09 out. 2025.

MOURA, J. W. S. et al. Buzzy® e Pikluc® no alívio da dor pediátrica em injeção: protocolo de ensaio clínico randomizado. Cadernos de Enfermagem, 2025. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cenf/a/WGykYNLDvnkpcM3mkW5GQfM/. Acesso em: 09 out. 2025.

PERES, C. N. et al. A prática psicológica e ludicidade na hospitalização pediátrica: relato de experiência. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, 13, e5367, 2024. Disponível em: https://www5.bahiana.edu.br/index.php/psicologia/article/view/5367/5118. Acesso em: 24 out. 2025.

PINHEIRO, M. C. D. A influência do brinquedo na humanização da assistência à criança hospitalizada. Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), v. 46, n. 3, p. 247-252, 1993. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/PRgdvSJjWnkYFKnkFpzSffn/?format=html&lang=pt. Acesso em: 09 out. 2025.

PIRES, C. C. et al. Percepção das mães na utilização de métodos não farmacológicos para alívio da dor em lactentes. Research, Society and Development, Vargem Grande Paulista, v. 10, n. 7, p. e17610716400, 2021. Disponível em: https://rsdjournal.org/rsd/article/view/16400/14668. DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i7.16400. Acesso em: 10 out. 2025.

SANTOS, L. R. et al. Effectiveness of pharmacological and non-pharmacological methods of pain management in children during venipuncture: a narrative review. Research, Society and Development, Vargem Grande Paulista, v. 11, n. 14, p. e 35953, 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/35953. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v11i14.35953. Acesso em: 10 out. 2025.

TRAVASSOS, G. M. G. et al. Estratégias para controle da dor em neonatos prematuros: revisão e recomendações. REASE – Revista de Enfermagem, v. 10, n. 5, 2024. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/download/16983/9566. Acesso em: 09 out. 2025.

Downloads

Publicado

2025-12-04

Como Citar

Gomes, B. S., Carvalho, B. N. B., Azzolin, G. C. M., Fernandes, M. A., Marques, M. L. S. S., & Randi, Y. M. (2025). O PAPEL DO ENFERMEIRO NO MANEJO NÃO FARMACOLÓGICO DA DOR PEDIÁTRICA: ESTRATÉGIAS LÚDICAS E HUMANIZAÇÃO . Revista De Geopolítica, 16(5), e1101. https://doi.org/10.56238/revgeov16n5-247